A Ciência do Comportamento engloba duas subáreas.

Primeiro, a Análise Experimental do Comportamento, responsável por uma gama de estudos que envolve pesquisa básica, em ambiente laboratorial, que tem como foco o entendimento do comportamento em sua complexidade: um exemplo, encontra-se na longa história do JEAB (Journal of the Experimental Analysis of Behaviour, fundado em 1958) e sua extensa publicação de pesquisa básica sobre o comportamento, até o momento atual. Segundo, a Análise Aplicada do Comportamento, busca estudar questões socialmente relevantes, envolvendo intervenções sociais “... na clínica, na escola, na saúde pública, nas organizações e onde mais houver comportamento em contexto social a ser explicado e mudado.”(Carvalho Neto, 2002, p.5)

O Behaviorismo Radical é uma Filosofia interessada em refletir sobre três amplos campos do saber. Busca entender e refletir sobre os métodos, objeto de estudo, limites e possibilidades da Ciência do Comportamento. De uma forma mais ampla, se interessa pela Ciência como um todo: questões ontológicas, de produção e de legitimação do conhecimento científico. Marca assim, um espaço de reflexão Epistemológica na Filosofia da Ciência. Além desses interesses, o Behaviorismo Radical, como filosofia, busca refletir sobre o comportamento humano em suas diversas dimensões: cultura, linguagem, subjetividade, ética, arte e natureza humana.

Segundo Tourinho (1999), as três subáreas, a Experimental, a Aplicada e a Filosófica, estão em constante inter-relação, se alimentando reciprocamente, de modo a formar um corpo de conhecimento sobre o comportamento humano sempre em movimento. O termo que define as três áreas é denominado Análise do Comportamento.

Queremos ressaltar ainda, que hoje existe uma extensa produção de estudo de caso clínico em Terapia Analítico-Comportamental. Embora esses estudos não envolvam um controle de variáveis muito forte, entendemos que eles fornecem conhecimento significativo para a prática clínica.

A Terapia Analítico-Comportamental ancora-se nas bases robustas dessas formas de produção de conhecimento. De modo a possibilitar uma prática terapêutica com metodologia de trabalho devidamente testada, com uma linguagem baseada na descrição das relações comportamentais, de forma clara e sistemática, tendo em vista a eficácia das atuações terapêuticas para o indivíduo analisado e a comunidade afetiva no qual está inserido. Sempre buscando a saúde comportamental dos envolvidos nas relações analisadas, a saber: saúde emocional, verbal, e essencialmente interpessoal. Entendidas teoricamente como contingências de reforçamento positivo relativamente amenas.

Wilton de Oliveira
ITECH-Campinas

Referência:

Carvalho Neto, M. B. (2002) Análise do comportamento: behaviorismo radical, análise experimental do comportamento e análise aplicada do comportamento. Interações em Psicologia, 6 (1). P.13-17.

Tourinho, E. Z. (1999). Estudos conceituais em análise do comportamento. Temas em Psicologia da SBP, 7 (3), 213-222.

Acesse nosso Instagram e acompanhe novos assuntos semanalmente

https://www.instagram.com/itechcampinas/