O Narcisismo Cultural mostra sua face mais destrutiva, fundamentalmente, nas relações com os outros.

Hoje percebemos que as relações tem ocorrido apenas nas relações entre iguais (ou seja, apenas as relações que refletem a própria imagem): mesma crença política, esportiva, de gênero, de cor, intelectual etc.

As redes sociais vieram para multiplicar esse fenômeno. Às fake News são bem aceitas porque confirmam o que cada um já pensa. O “novo”, o “outro”: dão “trabalho”, são “chatos”. Nas redes sociais vemos claramente a separação narcísica de nossa sociedade!
E as relações de amor? Essas, parecem estar relegadas às relações de afinidade.

Mas a afinidade, sempre “cai por terra”: pois, em algum momento, o outro mostra que pensa ou sente algo diferente. Daí, o “amor” sempre termina em frustração.

Mas, entendemos, que amor é muito mais do que vincular-se a um igual. O amor tem como base o repertório de empatia.
Ser empático, envolve trabalho árduo: tentar entender a perspectiva do outro: o que ele sente e pensa, inferir o porquê ele sente e pensa: tentar “sentir”, a perspectiva do outro.

O resultado desse trabalho é o outro se sentir compreendido, e, por conseguinte, agradecido, e, ao longo do tempo, que a empatia for ocorrendo: amado!

O amor “exige” a existência do outro para mim: o contrário da obra narcísica!

Wilton de Oliveira
ITECH-Campinas

Bauman, Z. (2004). Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços afetivos. Rio de Janeiro: Zahar editores.
Lipovetzky, G. (200g) A era do vazio. Editora Manole: São Paulo.
Sennet, R. (1998) O Declínio do Homem Publíco: As Tiranias da Intimidade. São Paulo:
Companhia das Letras.

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