O culto de Narciso em relação a imagem corporal não alimenta.
Esse é o fato! Essa é a origem do vazio na sociedade contemporânea.
Não alimenta afetivamente, na medida em que coloca as bases das relações afetivas em algo pueril, frágil e superficial.
Não alimenta no sucesso: por não ser algo que foi produzido pelo agir, pela competência, pela consciência do caminho a ser seguido. Fica sob a máxima: “o que a terra deu, a terra toma”.
A saída para o Narciso mais uma vez passa pelo ganho de consciência de que os “alimentos” que mais precisamos estão nas relações sociais e afetivas. No olhar para o outro, na empatia ao se perceber às necessidades do outro.
Assim podemos sair da solidão do “corpo sem história”: da solidão de Narciso!
Wilton de Oliveira
ITECH-Campinas
Bauman, Z. (2004). Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços afetivos. Rio de Janeiro: Zahar editores.
Lipovetzky, G. (2009) A era do vazio. Editora Manole: São Paulo.
Elias, N. (1994) A Sociedade dos indivíduos. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva
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