O ciúmes é um sentimento como qualquer outro. É algo familiar a quem sente, e parte imanente de tramas relacionais específicas.
Pode indicar para quem sente, que a pessoa amada está emitindo comportamentos que geram insegurança ou medo de perda. Nesse sentido, pode sinalizar algo que está incomodando na relação.
Usar o ciúmes como ponto de partida para um “diálogo” produtivo e saudável, pode funcionar se o objetivo for rearranjar os limites da relação. Neste sentido, seria um caminho saudável para a construção de passos a serem seguidos pelo casal.
A “negociação” constante sobre os limites dos comportamentos a serem emitidos na relação, é parte fundamental para o desenvolvimento pessoal e relacional. Uma das funções das relações afetivas é: cada um saber que não pode fazer tudo o que deseja, em detrimento da escolha pessoal de não ser causa de sofrimento para quem “eu amo”.
Por outro lado, devo saber que o meu ciúme, não me dá o direito de restringir a liberdade da pessoa que está comigo: simplesmente, porque essas escolhas podem ser fundamentais e importantes para essa pessoa. Resta a mim, nesse sentido, dar conta do meu ciúme, até que ele passe!
Essa postura, envolve crescimento mútuo e faz parte de uma relação saudável.
Por outro lado, se o ciúmes passar a ser continuamente a tônica principal, talvez a relação esteja caminhando para o ciúmes patológico:
Ele envolve sentimento de sofrimento permanente, interpretações distorcidas, insistentes e rígidas sobre possíveis indicadores de traição, além de pensamentos obsessivos em relação ao tema. Necessidade de controle continuo, e uso de coerção sobre a pessoa amada: comportamentos insistentes em relação a restrição da liberdade do outro.
Wilton de Oliveira
ITECH-Campinas
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